Uso na Medicina

Quais são as principais indicações de uso da cannabis medicinal?

Há muitos anos, o uso da cannabis medicinal, ou maconha medicinal, tem sido alternativa para tratamento de diversas patologias.

A presença de determinadas substâncias como o canabidiol torna a cannabis medicinal um medicamento imprescindível para garantir a saúde e a qualidade de vida de alguns indivíduos.

Em 2016, com a prévia autorização da Anvisa, foi liberada a importação de remédios à base de CBD (canabidiol). 

Em sequência, no ano de 2020 essa mesma agência regulamentou tanto a venda quanto a fabricação de produtos a base da cannabis medicinal nas farmácias. 

Apesar dos desafios legais encontrados e da desinformação por parte da população, a cannabis medicinal gradualmente caminha para a sua completa regulamentação. 

Nesse sentido, elaboramos este artigo com tudo que precisa saber sobre como utilizar a cannabis medicinal, quais doenças podem ser tratadas com o canabidiol, entre outros benefícios.

Confira a seguir!

A Lei 11.343 de 23 de agosto de 2006, popularmente conhecida como Lei de Drogas, foi a primeira a trazer regulamentação acerca do uso da cannabis medicinal. 

Logo em seu início, no artigo 2°, parágrafo único, prevê: “Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos…”

Passando por algumas alterações ao longo dos anos (como aquelas ocorridas nos anos de 2016 e 2020), foi no final do ano de 2019, com o projeto de lei 4.776, que a cannabis ficou sujeita a autorização. 

Além desse projeto, vale destacar o projeto de lei 399 de 2015. Em abril de 2021, esse PL conseguiu dar mais um avanço: obteve um parecer favorável de seu relator, o deputado Luciano Ducci (PSB-PR). 

Além desses, há vários projetos de lei tramitando na Câmara dos Deputados e no Senado Federal a respeito da cannabis medicinal. Entretanto, são apenas projetos. 

Apesar de ser autorizada desde 2006 para fins medicinais, o grande desafio é permitir que as famílias tenham acesso mais fácil e rápido aos medicamentos. 

Antes, era necessário fazer requerimento na Justiça e efetuar a compra em laboratórios internacionais. Além de ser extremamente burocrático, trata-se de procedimento caríssimo e inacessível para muitos. 

CBD e THC

Para que a maconha pode ser usada além das finalidades recreativas?

O Tetrahidrocanabinol (THC) e o Canabidiol (CBD) são dois dos compostos mais conhecidos da maconha. 

Popularmente, o THC é conhecido como o vilão dessa erva. Responsável em grande medida pela dependência gerada nos usuários e seus efeitos colaterais, o THC também pode trazer benefícios à saúde. 

Entretanto, no Brasil apenas a utilização do canabidiol é permitida (com prévia autorização). 

Por isso, precisamos falar sobre o uso terapêutico do canabidiol. A princípoio, o canabidiol pode ser utilizado como anticonvulsionante, antitumoral, ansiolítico e anti-inflamatório.

O Metavyl foi o primeiro medicamento feito a base de THC e CBD autorizado para ser utilizado no Brasil. Atualmente, seu preço encontra-se na média de R$ 2 500,00

Ademais, o canabidiol vendido pela importadora HempMeds está na faixa de R$ 576,00 à R$ 1.365,00. 

A utilização da cannabis medicinal envolve o aproveitamento das propriedades terapêuticas da planta Cannabis sativa, que contém mais de 120 canabinoides.

Dentre eles, o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC) são os principais utilizados. Essas substâncias apresentam benefícios para o tratamento de diversas patologias, atuando no controle de sintomas, como anti-inflamatório e no sistema nervoso. Evidências científicas têm demonstrado os efeitos positivos do CBD na saúde mental e bem-estar, através de ensaios clínicos e pesquisas. No Brasil, a produção e o controle de qualidade da cannabis para uso medicinal têm sido regulamentados. A história e o uso da maconha para fins medicinais remontam há séculos, e seu potencial terapêutico no corpo humano tem sido uma opção cada vez mais estudada e considerada.

Funções corporais

Já é cientificamente comprovado que, a combinação e interação entre esses dois canabinoides atua na regulação de uma série de funções corporais, tais quais: 

  • Memória;
  • Sono;
  • Apetite e humor;
  • Dores;
  • Respostas do sistema imune;
  • Ciclos celulares.

Utilizações do CDB e do THC

Como dito anteriormente, o THC isoladamente gera efeitos nocivos e dependência.

Porém, a combinação deste componente com o canabidiol a torna fundamental para tratar a esclerose múltipla, reações à quimioterapia, Alzheimer e Parkinson. 

Para pacientes cujas doenças não apresentam cura, o uso da cannabis medicinal é fundamental como tratamento terapêutico. 

Em casos de epilepsia, por exemplo, pacientes com quadros incuráveis apresentam significativa redução no número de crises. Da mesma maneira, a cannabis medicinal é indicada para tratar o autismo, doenças crônicas, anorexia e dores neuropáticas.

Ainda, o óleo da cannabis, produto feito do extrato da planta equilibrando doses de THC e CBD também pode ser utilizado para tratar epilepsia, doenças relacionadas à saúde mental, dores nas articulações e dores crônicas. 

Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson é uma desordem neurológica degenerativa crônica que afeta principalmente a coordenação motora do indivíduo. Estudos recentes sugerem que a cannabis medicinal e o óleo de CBD podem ter um papel significativo no alívio de alguns dos sintomas desta doença. O CBD, ao interagir com os receptores de endocanabinoides no cérebro, pode ajudar a controlar a desregulação do movimento e tremores, características marcantes da doença de Parkinson. Além disso, os compostos da cannabis também têm propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras, que podem retardar a progressão da doença.

Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta principalmente a memória, a linguagem e a capacidade cognitiva de um indivíduo. Recentemente, estudos têm explorado o potencial terapêutico da cannabis medicinal e do óleo de CBD no tratamento desta doença. O CBD, ao interagir com o sistema endocanabinoide no cérebro, pode ajudar a aliviar alguns dos sintomas neuropsiquiátricos associados ao Alzheimer, como agitação e agressão. Além disso, as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes da cannabis podem contribuir para a redução do estresse oxidativo e da inflamação cerebral, ambos associados à progressão da doença de Alzheimer.

Dor crônica

A dor crônica, caracterizada por dores de longa duração ou recorrentes, é uma condição debilitante que afeta a qualidade de vida de muitos indivíduos. Estudos recentes indicam que a cannabis medicinal e o óleo de CBD podem desempenhar um papel crucial na gestão dessas dores. O CBD interage com o sistema endocanabinoide do corpo, um complexo sistema de sinalização que regula várias funções corporais, incluindo a percepção da dor. O CBD pode inibir a absorção de anandamida, um neurotransmissor que alivia a dor. Assim, níveis mais elevados de anandamida no sangue podem reduzir a quantidade de dor que um indivíduo sente. Ademais, as propriedades anti-inflamatórias da cannabis podem aliviar a inflamação que frequentemente acompanha a dor crônica, proporcionando mais alívio.

Talvez, essa seja a principal preocupação entre a população em geral. Afinal, será que existe o risco de se tornar dependente da cannabis medicinal?

Essa é uma questão que precisa ser abordada com responsabilidade e seriedade, levando em consideração o impacto que negar o acesso a esses medicamentos pode ter na qualidade de vida e saúde de inúmeros pacientes.

É importante compreender que, teoricamente, qualquer medicamento pode gerar dependência. Isso ocorre porque qualquer substância que cause alteração no funcionamento natural do sistema nervoso humano tem potencial para levar à dependência. Esse é o caso não apenas de substâncias como a cannabis sativa, utilizada para fins recreativos, mas também de medicamentos comuns, como o café ou até mesmo um remédio para dor de cabeça.

No entanto, é fundamental destacar que a cannabis medicinal funciona de maneira diferente. Ela passa por rigorosos processos de controle de qualidade e é utilizada como uma opção de tratamento para diversas doenças. O canabidiol (CBD), uma das substâncias presentes na planta da maconha, tem propriedades anti-inflamatórias e pode auxiliar no tratamento de diferentes patologias, incluindo doenças mentais.

Evidências científicas e ensaios clínicos têm demonstrado os benefícios do uso controlado de medicamentos à base de cannabis para o bem-estar e a saúde de muitos pacientes. No Brasil, a produção e pesquisa nessa área têm avançado, oferecendo opções terapêuticas para alívio de sintomas e melhora da qualidade de vida.

É importante ressaltar que a cannabis medicinal possui baixos níveis de THC, substância responsável pelos efeitos psicoativos. Em média, a porcentagem de THC nesses medicamentos é de apenas 0,2%. Portanto, quando utilizada de acordo com a prescrição médica, a cannabis medicinal não apresenta riscos de causar dependência no paciente.

Essa planta tem uma longa história de uso terapêutico e seu potencial de benefícios para a saúde tem sido cada vez mais reconhecido. Com o avanço das pesquisas e o controle de qualidade adequado, a cannabis medicinal se mostra como uma opção promissora para o tratamento de diversas patologias, contribuindo para o bem-estar e o cuidado com o corpo humano.

A existência de efeitos colaterais associados à ingestão de certos medicamentos é uma expectativa comum na ciência médica.

Embora desejássemos que esses efeitos não ocorressem, em certas situações, quando se trata de problemas mais graves, é necessário estarmos dispostos a fazer alguns sacrifícios.

No caso do tratamento de tumores, por exemplo, os pacientes muitas vezes são submetidos à quimioterapia, um procedimento agressivo com diversos efeitos colaterais, mas que visa um bem maior. Nesses casos, o uso medicinal do canabidiol tem se mostrado excepcional, proporcionando benefícios significativos aos pacientes que não encontram alívio em outros medicamentos ou tratamentos convencionais.

O canabidiol, uma substância encontrada na cannabis, tem ação no sistema nervoso central, podendo influenciar a frequência cardíaca e possuir propriedades psicoativas. É importante ressaltar que o uso do canabidiol deve ser feito sob prescrição médica, levando em consideração a eficácia e os possíveis efeitos da substância.

Em resumo, o uso do canabidiol como tratamento complementar pode trazer benefícios significativos para pacientes em situações em que outras opções não são eficazes. É fundamental que a prescrição médica e um acompanhamento adequado sejam seguidos para garantir a segurança e a eficácia do uso dessas substâncias.

De todo modo, a ação da cannabis medicinal pode ocasionar:

  • Dor de cabeça;
  • Irritabilidade;
  • Tontura;
  • Alteração no ciclo menstrual;
  • Perda de produtividade e memória.
Neste texto, podemos aprender um pouco mais sobre o uso da cannabis medicinal.

Os tabus e preconceitos que envolvem este tema são muitos. 

A cannabis medicinal vem para complementar a medicina e, principalmente, oferecer uma saída para pessoas que lidam com doenças terríveis, como as crises epiléticas.

Reforçando, o canabidiol é legalizado no Brasil, desde que seja previamente prescrito por um médico. 

Como resultado, não se pode negar que o Brasil tem avançado nesse debate, mas, os passos são de tartaruga e com períodos de retrocessos. 

Portanto, esperamos que reflita sobre o uso do canabidiol e compartilhe essa informação para todas as pessoais as quais você acredita que essa informação seja útil.