Entenda o que é

O CBD vicia: Verdade ou mentira?

O canabidiol (CBD) é uma espécie de canabinóide presente na planta cannabis sativa entre os seus mais de 400 componentes químicos.

Durante muito tempo, a utilização do CBD foi considerada um tabu devido aos preconceitos difundidos contra esse componente completamente natural.

Com a evolução da sociedade, vem sendo cada vez mais elucidado que a utilização do CBD e suas propriedades terapêuticas trazem inúmeros benefícios ao ser humano.

Entretanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre se o CBD causa dependência e sintomas de abstinência. Neste artigo, abordaremos todos esses tópicos. Veja a seguir! 

O que é CBD e para que serve?     

Conforme dito acima, o CBD é um canabinóide presente na planta cannabis, mais comumente utilizado na forma de óleo.

A comunidade científica, cada vez mais, estuda o CBD, tornando evidentes os seus diversos benefícios à saúde advindos de suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antipsicóticas.

As propriedades terapêuticas do CBD são relevantes no tratamento de diversas doenças de difícil tratamento, como diabetes, parkinson, esquizofrenia, epilepsia e inflamações gerais.

Além disso, os efeitos do uso do CBD também são beneficiais no âmbito social, já que tem capacidade de reduzir os estresses causados por ansiedade na mesma medida que ansiolíticos tradicionais, funcionando como medida contra depressão, ansiedade crônica e outras condições psicossomáticas.

Por ser um componente cujas propriedades podem ser aproveitadas através da sua utilização in natura, os efeitos colaterais são praticamente inexistentes quando comparados aos medicamentos tradicionais.

Além de atuar no tratamento e preventivamente contra o surgimento de doenças inflamatórias e psicóticas, o CBD também pode ser utilizado como tratamento adicional aos medicamentos tradicionais difundidos pela indústria farmacêutica.

O que caracteriza um vício?

Para saber se a utilização terapêutica ou recreativa do óleo de CBD vicia, primeiramente precisamos definir o que caracteriza um vício.

Em resumo, o vício é definido como mudanças comportamentais causadas por alterações bioquímicas observadas no cérebro após a interrupção de utilização contínua de uma determinada substância.

Para um indivíduo viciado, a utilização da substância se torna sua prioridade número um, mesmo que isso represente perigo de dano ou dano concreto a si mesmo, ou a outras pessoas.

A irracionalidade é um dos principais aspectos presentes em uma condição de vício, principalmente quando o indivíduo encontra-se sem a substância no seu organismo, condição denominada abstinência.

Assim, dizemos que o vício é uma condição física e mental de dependência de uma determinada substância, e que pode resultar em diversos problemas de saúde, bem como problemas familiares, sociais, profissionais e até jurídicos.

O CBD vicia? Qual a opinião da ciência?  

Com o crescimento do número de casos bem sucedidos de utilização do CBD, também cresce a preocupação das pessoas acerca dos efeitos a longo e a curto prazo da utilização desse medicamento.

Os canabinóides, como é o caso do CBD, se conectam aos receptores neurotransmissores no nosso sistema endocanabinóide natural, responsável por regular funções do nosso corpo como sono, humor, prazer, digestão, entre outros.

Um estudo publicado na revista “National Library of Medicine” em 2011 demonstrou que a utilização do CBD, mesmo em doses acima de 1,500 mg / dia, não causa dependência ao ser humano.

Afinal, o CBD não possui propriedades psicoativas, como é o caso de outras drogas, como o álcool.

Outro estudo realizado em 2017 e publicado na revista “Journal of Drug and Alcohol Dependence”, administrou placebo e CBD a pacientes, e todos eles tiveram o mesmo nível de dependência.

Ou seja, não há risco de se viciar em CBD.

 O CBD pode ser mentalmente viciante?        

O que é dependência mental de uma substância?

Podemos conceituar a dependência mental como um vício em determinado hábito, como, por exemplo, vício no hábito de fumar, beber álcool ou café, não necessariamente considerando os efeitos físicos daquela determinada substância no corpo.

Entretanto, não há como desvincular o vício ou dependência mental do seu aspecto fisiológico, já que o vício é caracterizado como a dependência em uma substância química.

Conforme elucidamos anteriormente, o CBD não possui propriedades psicoativas e, portanto, não tem potencial para causar vício ou abuso de suas propriedades.

Após a utilização do CBD, é perfeitamente possível que o indivíduo interrompa o uso a qualquer momento, sem sofrer efeitos colaterais de abstinência.

Pelo contrário, estudos demonstram que a utilização do CBD ajuda no tratamento da dependência em outras substâncias químicas, como cocaína, nicotina e metanfetamina.

Atuação do CBD no organismo

O nosso cérebro possui um sistema endocanabinóide natural, formado por receptores e enzimas. Os canabinóides se juntam aos receptores e as enzimas atuam no seu metabolismo.

O CBD presente na cannabis atua no sistema nervoso central, se conectando aos receptores dos endocanabinóides naturais do corpo humano, inibindo a atividade dos receptores CB1 (canabinóide 1) e, assim, produz os seus conhecidos efeitos terapêuticos antioxidantes e de neurogênese.

O CB1 é o canabinóide responsável pela morte celular causada pelo estresse oxidante, disfunções cardíacas, processos inflamatórios celulares e fibrose em cardiomiopatia causadas pela diabetes.

Ao inibir a atividade desses receptores, o CBD proporciona os seguintes efeitos:

  • Sensação de bem-estar: relaxamento mental e físico;
  • Efeito anti-inflamatório: combate as doenças causadas por inflamações naturais do corpo, como diabetes, alzheimer e até mesmo prevenindo o aparecimento do câncer;
  • Efeito analgésico: reduz dores crônicas advindas de diabetes, enxaquecas e dores musculares causadas por esforço físico;
  • Efeito ansiolítico: reduz e trata os sintomas de ansiedade, inclusive ansiedade social, benéfico no tratamento de doenças psicossomáticas como ansiedade, depressão, insônia, entre outros.

Em resumo, os benefícios do óleo de CBD são proporcionados sem haver qualquer efeito psicoativo pela sua utilização. 

Existe uma dosagem certa para consumir CBD?

A dosagem do CBD a ser utilizada depende de fatores específicos de cada pessoa, como peso, química natural do corpo e conforme o fim almejado com a sua utilização.

Também deve-se considerar a concentração ativa do CBD no seu instrumento condutor (pílula, óleo, gotas). O recomendável é consultar um médico sobre a dosagem apropriada para sua condição médica, que irá fornecer a melhor recomendação.

Caso não seja possível obter atendimento médico, é recomendável a utilização iniciando a partir de pequenas dosagens, que podem ser aumentadas gradualmente conforme os resultados observados.

Doses pequenas variam entre 20 a 40 miligramas por dia e não representam nenhum risco à saúde.

A partir da observação dos efeitos causados no intervalo de 7 a 10 dias, pode-se aumentar gradualmente a dose acrescentando-se 5 miligramas por semana, até se obter os resultados efetivos.

É prudente tomar nota da dosagem utilizada e dos efeitos observados.

Como o CBD pode ser utilizado?

O CBD pode ser utilizado de diversas maneiras a depender de sua necessidade. 

Confira as maneiras mais comuns de administração da substância.

Medicamentos

Existem medicamentos a base de CBD comercializados a partir da inserção do extrato de CBD diretamente em pílulas ou cápsulas comestíveis.

Nessa forma de utilização, o CBD é absorvido pelo sistema digestivo, o que pode reduzir a potência dos efeitos do canabidiol.

Os medicamentos vendidos em forma de pílulas e cápsulas são relativamente mais caros que o óleo de CBD e também demoram um pouco mais de tempo para produzirem efeitos.

Por outro lado, a utilização do CBD a partir de pílulas possui como vantagem o fato de serem facilmente  administradas, não possuindo sabor forte e permitindo o controle facilitado da dose a ser ingerida.

Além disso, as pessoas estão mais familiarizadas com medicamentos através de pílulas e capsulas, podendo optar ou não por incluir ingredientes a base de CBD no tratamento. 

Esses medicamentos são vendidos com diversos níveis de concentração, sendo prudente observar se o produto possui certificado de análise antes de comprá-lo, bem como verificar a lista de ingredientes.

Pomadas e óleos

As pomadas e óleos são voltadas para a aplicação tópica (diretamente na pele), consumo sublingual ou ingestão direta.

Há variados tipos de pomadas, cremes e óleos a base de CBD, cujo uso é discreto. Essa forma de utilização é muito benéfica para dores musculares, condições cutâneas e até mesmo dores de cabeça.

A utilização tópica é muito simples, bastando a aplicação na área a ser tratada, massageando para potencializar os efeitos terapêuticos do CBD.

Não é necessário qualquer instrumento extra, entretanto, como a permeabilidade da nossa pele é baixa, é recomendável utilizar uma concentração mais elevada de CBD durante a aplicação. 

Para o uso sublingual, são aplicadas algumas gotas do extrato de CBD abaixo da língua, segurando por 30 segundos antes de engolir. Esse método ajuda a relaxar e acalmar não só os músculos, como também todo o corpo, com seus efeitos durando por bastante tempo.

Ao contrário da utilização tópica, a utilização sublingual do extrato ou óleo de CBD não requer doses elevadas, já que a absorção é maximizada. Também tem a vantagem de ser fácil de controlar a dosagem.

Fumar é o mesmo que utilizar produtos à base de CBD?

Outro método para se obter os efeitos terapêuticos do CBD é a partir da vaporização ou inalação das flores da planta cannabis sativa. Para tal fim, pode-se utilizar cigarros ou cachimbos de água.

A utilização através desses métodos tem a vantagem de apresentar efeitos extremamente rápidos em relação aos outros métodos, já que o CBD vai diretamente para sua corrente sanguínea quando inalado.

A absorção ocorre em menos de 10 minutos e oferece o aproveitamento da maior concentração de CBD.

É importante observar que fumar cigarros pode causar exposição a agentes cancerígenos, pois há combustão, prejudicial à saúde dos pulmões e do sistema respiratório. 

Além disso, há o risco de se absorver outro componente da cannabis: o THC, que tem efeitos psicoativos.

Também há a alternativa de utilizar vaporizadores ou dispositivos que permitam a inalação do CBD sem atingir a temperatura de combustão. Por isso, não causam danos ao pulmão e ao sistema respiratório.

Conclusão

A partir das informações que trouxemos neste artigo, ficou bastante claro que a utilização do CBD e suas propriedades terapêuticas não causam dependência nem vício.

Afinal, o CBD é desprovido de qualquer capacidade psicoativa, sendo completamente equivocado dizer que o canabidiol vicia.

Gostaria de saber mais sobre como aproveitar os benefícios das propriedades terapêuticas do CBD? Confira todos nossos artigos e compartilhe nossos textos para toda a comunidade canábica!