O CBD é um medicamento natural que pode ser utilizado para o tratamento de diversas doenças.
E com o aumento do uso dessa substância, muitas pessoas se questionam se o CBD tem efeito psicotrópico.
Sabe-se que o CBD é um componente presente na planta cannabis, assim como o THC, ambos canabinóides.
Entretanto, há diferenças entre essas duas substâncias. Embora suas estruturas químicas sejam bastante parecidas, ambos interagem no cérebro de maneira diferenciada.
Neste artigo, abordaremos os efeitos psicotrópicos do CBD, assim como as principais dúvidas sobre o tema. Venha conosco!
O que é o efeito psicotrópico?
Efeitos psicotrópicos são causados por drogas, medicamentos ou tratamentos que afetam a mente, as emoções, os comportamentos e a percepção humana.
Medicamentos psicotrópicos são categorizados de forma ampla, pois há uma imensa variedade deles.
Nesse sentido, eles funcionam ajustando os níveis químicos dos neurotransmissores, como a dopamina, serotonina, entre outros.
Vale destacar que, além de observados em drogas ilícitas, os efeitos psicotrópicos também são causados por medicamentos lícitos, como ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos, estabilizadores de humor e em estimulantes.
Algumas das substâncias com efeito psicotrópico podem causar efeitos colaterais e, por isso, requerem monitoramento especial no que diz respeito à saúde do paciente.
O CBD tem efeito psicotrópico?
O canabidiol (CBD) é um canabinóide encontrado na planta cannabis. Porém, não tem efeito psicotrópico, residindo aí uma das principais diferenças entre o CBD e THC.
O THC produz efeitos como euforia, prazer ou percepção sensorial aumentada.
Como ambos vêm da mesma planta, é comum as pessoas acreditarem que o CBD causa efeitos psicotrópicos. Entretanto, ambos os componentes podem ser retirados isoladamente da planta.
Atualmente, já é possível que o CBD seja adicionado em óleos, cremes, comestíveis e muitos outros produtos sem a presença do THC.
Ademais, a brisa do CBD não é psicotrópica e seus efeitos colaterais são mínimos ou inexistentes.
Os efeitos causados pelo CBD em alta concentração são apenas de animação, não se caracterizando como psicotrópico.
Qual é a brisa do CBD?
Já se sabe que o CBD não possui efeitos psicotrópicos. O CBD pode te ajudar a se sentir mais relaxado e menos ansioso, mas não vai te deixar “chapado”.
Na verdade, o CBD tem capacidade de neutralizar os efeitos psicotrópicos do THC.
Em suma, o CBD é considerado seguro, além de ser bem tolerado por grande parte dos usuários. Mas, cada organismo difere e pode reagir de maneiras variadas, então, as experiências não ser idênticas.
Utilizado para combater a ansiedade e depressão, o CBD também é utilizado no tratamento de doenças como esquizofrenia, epilepsia, bem como também para aliviar os sintomas da diabetes.
Por que o efeito do CBD difere da maconha?
O CBD e a maconha estão relacionados, entretanto, diferem em muitos aspectos. A seguir, você descobrirá quais as diferenças entre eles, além de potenciais benefícios e aspectos legais de cada um:
- CBD: composto encontrado na cannabis. Nessa planta, existem centenas de componentes chamados canabinóides;
- Maconha: a substância contém o CBD e o THC. Os efeitos do CBD e da maconha diferem porque, ao conter THC, a maconha também proporciona efeitos psicotrópicos, em que o usuário sentirá uma brisa.
Por ter compostos com propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e analgésicas, o uso da maconha tem demonstrado efeitos terapêuticos para pessoas com epilepsia, náuseas, glaucoma e até mesmo esclerose múltipla.
Outra diferença marcante entre a maconha e o CBD é como são tratados legalmente. No Brasil, a maconha é proibida, entretanto, há diversas decisões judiciais autorizando o CBD para fins medicinais.
Diferenças entre CBD e THC
Origem e extração
Entre as variações da planta cannabis, tem-se a cannabis Sativa e a Indica. A cannabis Sativa é apelidada de cânhamo, enquanto a Indica chamada de maconha.
Ambas as variações, seja maconha ou o cânhamo, produzem entre os seus componentes o CBD e o THC.
Entretanto, a maconha possui maior concentração de THC, enquanto o cânhamo possui maior concentração de CBD.
Vale destacar que o CBD pode ser extraído tanto do cânhamo quanto da maconha. Geralmente, extrai-se o óleo de CBD do cânhamo para evitar quantidades elevadas de THC incluídas no processo de extração.
Por sua vez, o THC é extraído da maconha, mas, também contém quantidades de CBD.
Além disso, o CBD extraído da maconha pode conter quantidades mais elevadas de THC, o que pode ser indesejado pelas pessoas que evitem os efeitos psicotrópicos do THC.
Ademais, não há muita diferença na extração dos componentes. A maconha é consumida através de cigarros ou vaporizadores. Já o cânhamo é comercializado através de pílulas, cremes, óleo, entre outros.
Psicoatividade
Embora ambos sejam canabinóides, o CBD e o THC interagem de maneira diferente no cérebro.
Por isso, os efeitos psicoativos são bastante diferentes.
A princípio, o CBD dificilmente proporcionará efeitos psicoativos ou deixar o indivíduo chapado, promovendo os benefícios terapêuticos sem haver os efeitos eufóricos ou disfóricos associados ao THC.
Por outro lado, o THC produz a chamada “brisa” e, por isso, a maconha é utilizada recreativamente por algumas pessoas, que dizem sentir efeitos bastante apreciáveis quando utilizado com moderação.
Por analogia, maconha medicinal com maior concentração de CBD deve ser produzida com quantidade mínima de THC. Assim, a pessoa não sentirá os efeitos psicoativos.
Por isso, a utilização da cannabis medicinal através de uma combinação de maior parte CBD e a menor parte de THC resulta nos benefícios medicinais de ambos os componentes, sem que haja efeitos psicoativos notáveis do THC.
Interação com os receptores
As estruturas químicas do CBD e do THC são bastante similares. Todavia, não possuem as mesmas propriedades psicoativas.
Isso acontece porque o THC se conecta a um receptor que fica no cérebro chamado CB1. Essa ligação proporciona sentimentos de euforia e animação.
Da mesma maneira, o CBD se conecta de maneira muito minimizada ao CB1 e, às vezes, nem se conecta. Na verdade, para haver essa ligação entre o CB1 e o CBD, deve haver a presença do THC.
Quando utilizados em conjunto, o CBD funciona como um elo de equilíbrio e ajuda a reduzir os efeitos que podem ser indesejados no THC, como euforia ou sedação.
Ademais, o CBD não possui capacidade de intoxicar ou inebriar o ser humano.
Quando usar o CBD em tratamento?
O óleo de CBD pode ser utilizado para a saúde de diversas maneiras. Seu amplo espectro de propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e analgésicas permitem que este medicamento natural possa ser utilizado no tratamento de diversas doenças, inclusive:
- Anti-inflamatório e analgésico natural: embora os medicamentos convencionais possam aliviar as dores e os processos inflamatórios, o CBD é cada vez mais procurado como alternativa natural. Afinal, a substância reduz as inflamações ao reduzir a liberação dos componentes do nosso corpo que dão início a processos inflamatórios;
- Parar de fumar e abstinência de drogas: os benefícios do CBD podem ser aproveitados por quem tem problemas com abusos de substâncias, até mesmo como tabaco;
- Epilepsia: o CBD auxilia na redução de convulsões em pessoas que sofrem com epilepsia, com o benefício de não haver o efeito sedativo de outros medicamentos;
- Distúrbios de ansiedade e depressão: o CBD ajuda a reduzir a ansiedade e demais efeitos de doenças como Síndrome de Estresse Pós-Traumático, Síndrome do Pânico, ansiedade social e até mesmo transtornos obsessivos compulsivos.
Há diversas evidências apontando a utilização do CBD não só nas doenças acima relacionadas, como também em diversas outras.
Além disso, o CBD é natural, ou seja, seus efeitos colaterais são mínimos ou inexistentes.
O CBD tem efeito psicotrópico em crianças?
Como dito anteriormente, o CBD não possui efeitos psicotrópicos, nem em crianças, nem em adultos.
Afinal, a substância pode ser utilizada para o tratamento de várias doenças, inclusive por crianças, sem riscos de intoxicação, overdose ou dependência.
Na verdade, em inúmeros países já é utilizado o CBD como tratamento de epilepsia em crianças através de medicamentos a base desse componente amplamente comercializado, como é o caso do epidiolex, aprovado e comercializado em países como os Estados Unidos desde 2018.
Adolescentes e até mesmo crianças podem recorrer ao CBD como remédios homeopáticos para dores crônicas, depressão, ansiedade, acne, insônia e para aumentar a produtividade.
Já se sabe não haver nenhum efeito psicoativo advindo do CBD, nem em crianças, nem em adultos.
Como atestado pelo estudo denominado “Efeitos opostos do tetraidrocanabinol e canabidiol nas funções cerebrais humanas”, publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.
Conclusão
O CBD e o THC são componentes que derivam da mesma planta: cannabis. Todavia, esses canabinóides atuam de maneira diferente quando interagem com o cérebro.
Algumas pessoas têm vontade de experimentar o canabidiol para tratamento de suas doenças, mas ficam em dúvida se o CBD tem efeitos psicotrópicos.
O THC, conforme vimos, proporciona efeitos de euforia, agitação ou disforia. O CBD, por sua vez, não possui tais sintomas.
Por isso, é certo dizer que os benefícios terapêuticos do CBD podem ser aproveitados no tratamento de diversas doenças sem haver as sensações causadas pelo THC.