Você já deve saber que a cannabis possui duas variações mais conhecidas: a cannabis sativa e a cannabis indica, certo?
Cada um desses gêneros apresenta maior concentração de CBD e THC.
A cannabis sativa, também conhecida como cânhamo, possui maior concentração de CBD. Já a cannabis indica, a maconha, é a variedade onde o THC é encontrado em maior concentração.
Entretanto, as informações sobre os efeitos terapêuticos e para que serve o CBD e o THC ainda são escassas.
Neste artigo, abordaremos as diferenças entre o CBD e o THC, bem como a presença de efeitos psicoativos nesses canabinóides. Venha conosco!
O que é o CBD?
A cannabis tem uma grande variedade de componentes. Dentre eles, o CBD é um dos canabinóides presentes em maior destaque na planta, embora não seja tão conhecido quanto o THC.
Mas, para que serve o CBD?
Em resumo, o CBD funciona como medicamento terapêutico para diversas doenças. Dentre elas:
- Dores crônicas e inflamatórias;
- Anti-inflamatório e analgésico completamente natural;
- Tratamento para convulsões e espasmos;
- Reduzir ansiedade e depressão.
Também pode ser utilizado para tratar epilepsia, esquizofrenia e sintomas da diabetes.
Dessa maneira, é inegável que o CBD é uma excelente opção de tratamento alternativo para diversas doenças, sendo completamente natural e com efeitos colaterais mínimos.
O que é THC?
O tetraidrocanabinol (THC) é o irmão mais conhecido do CBD, derivado da cannabis e encontrado na resina que advém das glândulas dessa planta.
Em suma, ele é responsável por criar as sensações de euforia e, em alguns casos, efeitos alucinógenos.
Ou seja, sabe aquela brisa sentida ao se utilizar a maconha para efeitos recreativos? Geralmente, é causada graças ao THC e seus efeitos químicos no cérebro.
A substância é o componente químico responsável pelos efeitos psicoativos da planta, além de ser bem semelhante à atuação dos canabinóides produzidos naturalmente pelo corpo.
Pelo ponto de vista recreativo, os efeitos do THC são prazerosos quando utilizados em moderação, causando euforia, relaxamento e sensação de alegria em algumas pessoas.
Segundo o artigo “Efeitos terapêuticos da cannabis e canabinóides”, publicado após uma análise clínica com pacientes, o THC apresenta diversos benefícios à saúde como: Alívio de dores, náusea e vômitos, bem como melhora nos sintomas de incontinência.
Diferença entre CBD e THC: aplicações práticas
O sistema endocanabinóide é associado aos processos do nosso cérebro que incluem a memória, apetite, sono, humor e até mesmo a fertilidade.
Nesse sentido, o CBD e o THC atuam no sistema endocanabinóide, entretanto, suas interações diferem, bem como seus resultados. Por isso, os efeitos do CBD e do THC são também divergentes.
O THC é utilizado para fins recreativos por indivíduos que consideram prazerosas as sensações de euforia, bem-estar e relaxamento proporcionadas por esse canabinóide.
Apesar de ser considerado droga ilícita em muitos países, naqueles onde sua comercialização é livre, o THC é vendido em formas de cigarro, comestíveis ou vaporizadores.
Já o CBD não possui propriedades psicoativas, ou seja, a pessoa não ficará “chapada” se usar CBD.
Por isso, é mais buscado pelos seus fins medicinais e terapêuticos.
Ademais, é comercializado em pastilhas, pílulas, comestíveis, óleos, cremes ou vaporizadores.
O THC e o CBD vem da maconha ou do cânhamo?
Ambos os componentes THC e CBD derivam da mesma planta: cannabis. A cannabis é um gênero de planta com duas espécies que são mais conhecidas: a cannabis Sativa e a Indica.
A cannabis Sativa é apelidada de cânhamo, enquanto a Indica é conhecida como maconha.
Tanto o cânhamo quanto a maconha produzem o CBD quanto o THC. O que difere é a quantidade desses componentes presentes em cada variedade da cannabis.
Enquanto a resina extraída das glândulas do cânhamo contêm maior concentração de CBD, o extrato da maconha é onde o THC é encontrado em maior concentração.
Ao se extrair o óleo de CBD com o intuito de utilizar como medicamento, dá-se preferência ao cânhamo.
Quando procurado para fins recreativos, dá-se preferência à maconha.
Como o CBD e THC afetam o corpo humano?
A composição química do THC e do CBD são bastante semelhantes. Ambos possuem 21 átomos de carbono, 30 átomos de hidrogênio e 2 átomos de oxigênio.
A diferença está em sua organização química, em que o corpo recebe os componentes de maneira diferente, resultando em efeitos variados.
Só para ilustrar, esses componentes se conectam aos neurotransmissores existentes no cérebro e afetam aspectos como humor, sono, dor e memória.
O THC faz ligação com os receptores canabinóides 1 (CB1) do cérebro e, assim, produz efeitos psicotrópicos como euforia ou disforia.
Já o CBD não faz ligação intensa com o CB1 ou nem chega a se conectar a esse receptor. Como resultado, não produz efeitos psicoativos.
Na verdade, o CBD se conecta aos receptores canabinóides 2 (CB2) e, dessa forma, produz os efeitos medicinais já conhecidos como propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e alívio de dores crônicas.
Principais diferenças entre o CBD e THC
Psicoativo x não-psicoativo
O THC possui efeitos psicoativos no cérebro humano, causando a chamada “brisa”. O CBD, por sua vez, não dispõe desta propriedade, o que não resulta em efeitos psicotrópicos.
Como dito anteriormente, embora ambos sejam canabinóides, o CBD e o THC diferem no que diz respeito à interação química com o sistema endocanabinóide do cérebro.
O CBD não tem capacidade de produzir, sozinho, efeitos psicoativos. Na verdade, caso haja uma quantidade elevada de CBD no produto feito com THC, há a possibilidade de neutralizar os efeitos psicoativos do THC.
Em resumo, o CBD é utilizado para aliviar sintomas de ansiedade, depressão, convulsões, etc.
Já os efeitos do THC incluem euforia, disforia, chamados psicoativos, produzindo a brisa. E embora também possua efeitos medicinais, o THC é mais procurado para ser utilizado com fins recreativos.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais do CBD e do THC também diferem. Nos dois casos, quando existentes, duram pouco.
Certamente, o CBD dificilmente causa efeitos colaterais, até quando consumido em dosagens altas.
Além disso, a tolerância da maior parte das pessoas ao CBD é bastante elevada, não havendo riscos de intoxicação ou nem mesmo overdose.
Em raríssimos casos, o CBD pode causar perda de peso, mudanças no apetite, diarreia ou fadiga.
O THC, por sua vez, pode apresentar alguns efeitos colaterais temporários como problemas de coordenação, boca seca, olhos vermelhos, tempo de reação diminuído, aceleração dos batimentos cardíacos e perda de memória.
Entretanto, efeitos como psicose, esquizofrenia, depressão e ansiedade podem acometer indivíduos que utilizam THC frequentemente e em altas doses.
Formas de uso
Tanto o CBD e o THC possuem variadas formas de uso.
O CBD pode ser consumido em forma de pílulas, alimentos, cremes tópicos, óleos comestíveis, corporais, através da vaporização, cigarros ou sublinguais.
As pílulas e os alimentos precisam ser digeridos pelo organismo humano. Pelo fato da digestão ser um processo mais lento, pode ser que os efeitos do CBD demorem um pouco mais para serem aproveitados.
Já os cremes tópicos ou óleos têm resultados mais rápidos, da mesma maneira como os sublinguais não demoram para surtir efeito.
Mas, certamente, a maneira mais rápida de sentir os efeitos do CBD é através da vaporização.
O que difere entre essas maneiras de utilização é a rapidez com a qual os efeitos do CBD são sentidos.
O THC também pode ser utilizado através de alimentos. Fabrica-se uma espécie de manteiga ou óleo com o THC extraído da maconha e, a partir desse óleo, são produzidas diversas receitas.
Também podem ser ingeridos através do fumo ou vaporização.
Aplicações médicas
Podem ser obtidos benefícios terapêuticos e medicinais tanto do CBD quanto do THC, embora muitas pessoas não saibam, no aspecto medicinal, para que serve o THC.
Em resumo, os dois podem ser utilizados para tratar as mesmas doenças. O que distingue-se é que o CBD não causa efeitos psicotrópicos e, por isso, é preferido quando se busca apenas os benefícios medicinais.
O CBD e o THC se conectam aos receptores canabinóides, tratando problemas complexos como artrite, diabetes, esclerose múltipla, câncer, entre outros.
Algumas pessoas também utilizam o CBD para tratar problemas cotidianos como problemas de pele, regular o sono e ansiedade.
Em 2018, os Estados Unidos aprovaram o primeiro medicamento à base de CBD no país para o tratamento de epilepsia, medicamento este que pode ser utilizado até mesmo por crianças.
O THC é bastante manipulado para combater náusea, dores crônicas, falta de apetite, ansiedade, espasmos musculares, glaucoma e insônia.
Conclusão
A principal diferença entre o CBD e o THC é o efeito psicoativo, bastante característico do THC, e que não pode ser observado no CBD.
Por isso, embora tratem basicamente as mesmas condições, o CBD é o canabidiol mais procurado quando se diz respeito a fins medicinais, enquanto o THC é mais utilizado para fins recreativos.
Ambos os componentes têm sua aplicação prática, cada um representando benefícios em uma área.