Talvez você já tenha ouvido falar no uso de CBD no tratamento de distúrbios psicológicos.
Desde 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retirou o CBD (canabidiol) da lista de substâncias ilegais no Brasil.
Essa medida foi fundamental para o tratamento de doenças psicológicas, pois abriu espaço para que inúmeras pesquisas envolvendo o uso do CBD na psiquiatria e na medicina fossem executadas.
Tendo isso em vista, elaboramos esse artigo completo para entender melhor o uso do CBD no tratamento de distúrbios psicológicos.
Vamos compreender as aplicações do CBD na psiquiatria e se o CBD melhora a ansiedade e a depressão.
Acompanhe-nos!
O que são distúrbios psicológicos?
Antes de entendermos o que é CBD e como funciona o uso da maconha medicinal para distúrbios psicológicos, iremos compreender o que são os distúrbios psicológicos.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, os transtornos mentais são caracterizados por “uma combinação de pensamentos, percepções, emoções e comportamentos anormais”.
Em outras palavras, um distúrbio psicológico afetará a compreensão do indivíduo sobre si mesmo, bem como a forma como ele enxerga a realidade a sua volta.
Em alguns casos mais sérios, o transtorno faz com que o sujeito confunda a realidade com fantasia.
À medida que esse transtorno vai se agravando, ele também afeta a interação com os demais, prejudicando as relações sociais do paciente. Um dos casos mais simples são os quadros de depressão.
Mais adiante analisaremos a depressão e uso da maconha medicinal para distúrbios psicológicos.
Retomando, pouco a pouco o indivíduo começa a se isolar. Primeiramente, de colegas de trabalho ou escola, depois dos amigos, até também se afastar de sua família. Em termos médicos, um transtorno mental é causado por uma disfunção ocorrida no cérebro.
Devido essa disfunção, o comportamento, os sentimentos, o humor e até mesmo a capacidade de aprender e se relacionar ficam comprometidas.
Distúrbios psicológicos mais comuns: causas e sintomas
Existem muitas categorias de distúrbios psicológicos. Veja abaixo, uma lista com alguns desses distúrbios.
Logo após, iremos abordar com mais detalhes 3 deles.
- Depressão;
- Síndrome do Pânico;
- Transtorno de ansiedade;
- Transtorno bipolar;
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC);
- Esquizofrenia
- Transtorno do déficit de atenção;
- Autismo;
- Estresse pós-traumático;
Depressão
A depressão é uma doença psiquiátrica que atinge cerca de 300 milhões de pessoas pelo mundo. No Brasil, estima-se que cerca de 5,8% da população apresente algum grau de quadro depressivo.
Com o passar dos anos, diversas pesquisas foram feitas para identificar a causa da depressão no cérebro humano. O que se sabe com exatidão até o momento é que fatores genéticos, familiares ou os ambientes que frequentamos podem desencadear a depressão.
Quando ela atinge seu grau mais alto, pode ocorrer o suicídio. Além disso, os sintomas para identificar esse transtorno são variados, já que podem ser leves, moderados ou graves. São eles:
- Tristeza;
- Humor muito deprimido;
- Insônia ou sono em excesso;
- Fadiga;
- Perda do interesse em atividades que gostam ou em sair com os amigos e a família;
- Sentimento de culpa;
- Diminuição da vontade em ter relações sexuais;
- Pensamentos tristes e que envolvam suicídio/morte;
- Interpretação muito negativa da realidade;
- Sensação de estar sempre com medo, inseguro ou muito “vazio”.
Ansiedade
A ansiedade também se transformou em um problema gravíssimo de saúde pública no século XXI.
Segundo a OMS, 18,6 milhões de brasileiros sofrem com o transtorno de ansiedade. Primeiramente, gostaríamos de esclarecer que a ansiedade é um fator natural do ser humano. Nós nascemos ansiosos e isso não é ruim, afinal, nos prepara para eventos futuros não agradáveis.
O problema surge quando há um desequilíbrio nessa ansiedade. Inclusive, alguns psicólogos dizem que, na ansiedade, temos um “excesso de futuro”. Ou seja, quando deixamos de viver o presente e passamos sofrer antecipadamente por coisas que ainda nem ocorreram.
Alguns dos sintomas mais clássicos de um ansioso são:
- Medos irracionais;
- Ficar obcecado com alguns pensamentos;
- Se preocupar excessivamente;
- Tensão nos músculos (alguns dizem que os ombros ficam muito rígidos);
- Sono desequilibrado;
- Sempre ver perigo nas coisas;
- Coração acelerado sem motivo real;
- “Frio na barriga”;
- Suor nas mãos.
Hoje, cientistas e médicos psiquiatras já sabem que existe uma clara relação entre o aumento no número de transtornos de ansiedade e o nosso estilo de vida contemporâneo.
Rotinas muito agitadas, o excesso de informação a que somos expostos e o sedentarismo são fatores que influenciam e causam a ansiedade.
Síndrome do Pânico
Geralmente, o transtorno do pânico acomete pessoas que também sofrem com a ansiedade. Ele é marcado por um súbito aumento nessa ansiedade, fazendo com que a pessoa entre em completo desespero e acredite que algo ruim certamente acontecerá com ela.
No caso da síndrome do pânico, a pessoa sente os sintomas físicos como falta de ar (algumas pessoas alegam não conseguirem respirar), muito medo, mal-estar e coração acelerado.
Junto aos sintomas físicos, temos os sintomas psicológicos, como certa paranoia, medo de algo ruim acontecer ou que alguém possa feri-lo.
Atualmente, a crise do pânico afeta cerca de 280 milhões de pessoas pelo mundo. Esse dado, divulgado pela própria OMS, mostra que esse distúrbio quase se equipara ao número de casos de depressão.
Dados sobre o uso de CBD no tratamento de distúrbios psicológicos
Em resumo, o CBD é um dos muitos ativos que compõem a Cannabis sativa ou maconha.
Nesse sentido, seria possível utilizar a Cannabis no tratamento psiquiátrico destes distúrbios?
Veremos mais adiante. Todavia, diferente do THC – tetrahidrocanabinol – o canabidiol não gera dependência, nem sequer é um psicoativo.
Caso não saiba, o THC é o principal composto da maconha responsável por dar o efeito relaxante e causar a dependência. Em outras palavras, o THC é o vilão.
Entretanto, o THC não precisa ser completamente descartado. Ao contrário, cientistas atestam que seu uso controlado pode trazer resultados promissores, como na diminuição da ansiedade e estresse diário.
Certamente, ainda não há estudos que comprovem o uso da Cannabis sem o efeito psicoativo.
Por outro lado, o óleo CBD serve para tratar inúmeras doenças, como também tem sido utilizado para tratamentos em casos de transtornos psicológicos, trazendo conclusões satisfatórias onde o CBD melhora a ansiedade e a depressão.
Com relação à ansiedade, diz se que o óleo canabidiol pode diminuir a tendência do sujeito ficar ansioso.
Com relação à depressão e o uso do CBD, ele seria capaz de reduzir o número de canabinóides do cérebro humano, substâncias que se relacionam ao humor e à depressão. Estudos nessa área comprovam o potencial do CBD como antidepressivo, ansiolítico e anti psicótico.
Como funciona o CBD no tratamento de distúrbios psicológicos?
Uma das maiores vantagens da maconha medicinal para distúrbios psicológicos consiste em seu efeito relaxante.
Considerando que grande parte dos pacientes com transtornos psicológicos apresentam desregularidades no sono, o óleo CBD no tratamento de distúrbios psicológicos é fundamental para devolver parte da qualidade de vida do paciente.
Nos últimos anos, foi experimentalmente testada e comprovada sua ação relaxante e capacidade de diminuir os casos de pessoas com insônia.
Por curiosidade, o canabidiol recebe esse nome porque interage diretamente com o nosso sistema endocanabinoide.
Basicamente, esse sistema estabelece a comunicação do cérebro com os processos e funções do corpo. Indo um pouco além, o canabidiol interage principalmente com dois receptores do sistema endocanabinóide – o CB1 e o CB2.
Assim, se ele estiver com problemas, a ligação cérebro-corpo fica fragilizada.
Além disso, a razão para o óleo CBD no tratamento psiquiátrico interagir tão bem com o sistema endocanabinoide é porque, na folha da planta, encontramos alguns canabinóides.
Por isso, ao considerar os distúrbios psicológicos como disfunções ocorridas na atividade do cérebro, quando o CBD começa a interagir com esse sistema há maior estabilidade, voltando ao normal.
Lembrando que não estamos dizendo que o uso de CBD no tratamento de distúrbios psicológicos irá curar o paciente. Todavia, poderá amenizar os distúrbios, devolvendo parte de sua qualidade de vida.
Obviamente, para decidir tratar distúrbios psicológicos com CBD precisará de forte acompanhamento profissional. Pois, o uso demasiado de drogas para pessoas com pré-disposição a surtos psicóticos pode desencadear alucinações ou uma “bad trip” irreversível.
Quem pode utilizar o CBD no tratamento de distúrbios psicológicos?
Apesar dos muitos benefícios, o uso da Cannabis no tratamento psiquiátrico ou em qualquer outra área da Medicina encontra limitações no Brasil.
Hoje, os médicos são autorizados pela Anvisa a prescreverem o uso de canabidiol. Assim, para que os pacientes consigam comprar o medicamento precisam da autorização da Anvisa, além da receita médica.
Em abril de 2021, a Anvisa publicou uma notícia autorizando que mais dois medicamentos fossem importados para o Brasil, podendo ser comercializados aqui. Entretanto, uma das maiores reclamações das pessoas é o preço altíssimo desses remédios, inacessíveis à maioria das pessoas.
Uso de CBD na psiquiatria aumenta durante a pandemia
O psicólogo Alberto Filgueiras, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, coordenou uma pesquisa que aponta crescimento das prescrições de CBD no tratamento de distúrbios psicológicos durante a pandemia do novo coronavírus.
Essa pesquisa, feita com profissionais psiquiatras, revela a extrema fragilidade da saúde mental em 2021.
As causas dessa fragilidade podem ser explicadas pela condição de isolamento e impossibilidade de ter contato físico. Os quadros de depressão e ansiedade estão entre aqueles que mais foram afetados.
Esse crescimento ocorre por dois lados. De um lado, temos aqueles que já sofriam com algum transtorno e teve o caso intensificado e, por outro, temos aqueles que desenvolveram os quadros durante a pandemia.
Existem efeitos colaterais pelo uso de CBD?
Assim como qualquer medicação, o canabidiol também está sujeito a efeitos colaterais. Alguns especialistas apontam que esses efeitos são fruto não do próprio CBD, mas sim devido à presença do THC (mesmo que em pouquíssima quantidade) no medicamento.
Embora o CBD no tratamento de distúrbios psicológicos deem resultados amplamente interessantes, é possível destacar com alguns efeitos colaterais:
- Sonolência;
- Vertigem, náuseas e vômitos;
- Boca seca;
- Paladar alterado;
- Tontura;
- Humor muito eufórico;
Conclusão
Nesse artigo, aprendemos bastante sobre o uso de CBD no tratamento de distúrbios psicológicos. Conforme foi dito, o CBD na psiquiatria tem apresentado resultados bastante satisfatórios.
Gostou desse texto? Ficou alguma dúvida sobre o CBD no tratamento de distúrbios psicológicos?
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