Legislação

O mercado de canabidiol no Brasil e seu alto poder de crescimento!

A discussão sobre o mercado de canabidiol no Brasil aumentou nos últimos meses. O motivo é o projeto de lei 399/2015, que tem como objetivo autorizar o uso cientifico e medicinal da cannabis.

Envolto de polêmicas, o canabidiol é usado em vários países para tratamentos de doenças crônicas. Também tem como função melhorar a qualidade de vida de pacientes em estado terminal.

Estudos comprovam sua eficácia, deixando o mercado sedento, não apenas por mais informações, mas como um excelente nicho para investir a partir de agora.

Quer saber como anda o mercado de canabidiol no Brasil? Então, confira o artigo que preparamos para você.

O canabidiol no Brasil

O canabidiol, também conhecido como CBD, é um substrato da cannabis, planta popularmente conhecida como maconha.

Após a ingestão, a sua atuação no corpo é diretamente no sistema nervoso central. Com isso, auxilia no tratamento de doenças psiquiátricas e neurodegenerativas.

O Brasil ainda está um pouco atrasado quando se trata do uso do CBD para fins medicinais. Mais de 8 países e 38 estados dos EUA já autorizaram a sua venda e consumo com recomendação médica.

Por aqui, apenas em 2015 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a venda do extrato de canabidiol em farmácias para quem tivesse indicação e acompanhamento médico para o seu consumo.

O projeto de lei 399/2015, o qual permite a comercialização para auxílio em tratamento médico e estudo científico, caminha a passos lentos da Câmara dos Deputados.

Uso do canabidiol no Brasil

Desde 2018 os pacientes podem conseguir por lei o uso medicinal do CBD por receita médica.

Apesar de poucas pessoas terem essa informação, o Art. 2º da Lei nº 11.343 de 23 de Agosto de 2006 descreve a seguinte situação:

“Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.”

Ou seja, caso você precise fazer algum tratamento medicamentoso e o CBD tenha propriedades medicinais superiores às presentes no mercado, você pode seguir o procedimento legal junto ao seu médico e a Anvisa para adquirir a substância.

Se preferir plantar em casa devido ao alto valor de importação do CBD, pode apelar ao poder judiciário. Nesse caso, deve conseguir a autorização de plantio via Habeas Corpus ou um salvo-conduto.

Seguindo os estudos de outros países, o consumo do mercado canábico no Brasil é focado em tratamento das seguintes doenças:

  • Epilepsia;
  • Mal de Parkinson;
  • Esquizofrenia;
  • Ansiedade;
  • Câncer;
  • Esclerose múltipla;
  • Alzheimer.        

Ele ainda pode ser usado em tratamentos para transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), insônia,  depressão, para citar apenas algumas.

Segundo a Anvisa, cerca de 7 mil pessoas já fazem o uso do CBD com finalidade medicinal.

Basicamente, são pacientes que tentaram tratamento tradicional com medicamentos já regulamentados e vendidos em farmácias. Entretanto, não conseguiram a melhoria em seu estado de saúde como esperado.

Perspectivas do mercado de canabidiol no Brasil

Com a legalização do CBD no país, o mercado canábico no Brasil tende a crescer exponencialmente.

As sete mil pessoas citadas acima são as que possuem autorização legal para usar o derivado da maconha. Simultaneamente, há muitas outras aguardando na lista de espera por sua autorização.

A principal ideia da legalização é permitir a extração do CBD e comercialização. Com isso, o valor do produto tende a baixar muito.

Atualmente, um frasco com 10 ml para importação pode alcançar mais de R$ 2 mil em valor de mercado. Com tal preço, o acesso ao produto se torna cada vez mais restrito.

Por isso, ainda temos um consumo baixo da substância. Contudo, um estudo realizado pela New Frontier Data em parceria com a The Green Hub pesquisou a fundo as perspectivas.

O estudo estima que, após 3 anos de legalização do cultivo da maconha com a finalidade medicinal, haja um aumento para mais de 3,7 milhões de pessoas tratadas com o óleo do CBD.

A tendência é o Brasil seguir os países desenvolvidos, sempre visando os lucros com impostos.

Caso legalizado, como ficaria o mercado do canabidiol?

Por ausência de legalização, a produção de canabidiol no Brasil ainda é tímida.

Com o avanço da legalização do canabidiol no Brasil, mais pessoas poderiam receber um tratamento médico caso o produto fosse fabricado em ampla escala. Ainda, o valor do produto seria mais em conta.

O motivo do óleo de CBD ter um preço tão elevado é a ausência de autorização para cultivo e comercialização. É a velha e conhecida lei de oferta e demanda.

Como não é permitida a produção de CBD em território nacional, somente a importação, poucas empresas comercializam a substância e, consequentemente, o preço sobe muito devida a alta procura do CBD.

Mercado de canabidiol no Brasil e no mundo: uma oportunidade de investimento?

O futuro do canabidiol é a sua legalização para consumo. Países próximos como a Argentina, Colômbia e Equador já legalizaram o consumo do CBD e plantio da maconha para tratamento de condições clínicas.

Há algumas formas de investir nesta categoria de negócio e alguns exemplos seguem:

Fundos Vítreo

A empresa de investimento Vítreo já se voltou para o mercado de canabidiol e lançou um fundo de investimento específico para produtos relacionados com a maconha e seus derivados.

Tal investimento abraça não apenas empresas que devem extrair o CBD, mas todos os substratos da planta e seus diferentes usos.

O nome é Vítreo Cannabis Ativo, classificado como de alto risco e, por isso, com maior lucratividade.

O fundo exige dos investidores (aberto a todos) um investimento mínimo de R$ 100 com taxa de 0,72% ao ano para manutenção.

Em suma, o Vítreo Cannabis Ativo procura a legalização nos Estados Unidos prometida pelo presidente atual, Joe Biden.

Assim, 80% do valor aplicado por seus investidores é aplicado em Swap de ETF’s ligados ao setor de cannabis, enquanto os outros 20% vão para o Canabidiol FIA IE.

Este é um dos primeiros fundos de investimento focados diretamente no canabidiol abertamente.

Há outros, mas eles investem de forma indireta visando o mercado futuro. Fazem isso de forma “camuflada”, devido à legalização ainda ocorrer em alguns estados americanos e em outros países.

Fundo XP

A empresa XP também tem um fundo de investimentos focado no mercado de canabidiol. Espera-se nada menos que um lucro de mais de 25 milhões de dólares até 2025 neste setor. Vale a pena, não acha?

O nome do fundo é Trend Cannabis FIM e tem como foco investir em empresas estrangeiras as quais estão ligadas diretamente ao canabidiol.

Seu objetivo é investir em empresas em ascensão em países onde a legalização já está avançada ou avançando com economia sólida. São exemplos os Estados Unidos, Canadá e Inglaterra.

Por ser um mercado ainda volátil demais para prever números firmes, os riscos são altos, assim como o lucro.

Nos próximos anos, a legalização deve aumentar a quantidade de empresas e o valor final do produto deve cair, diminuindo um pouco os lucros.

Nesse caso, você precisa de um investimento mínimo por pessoa de U$ 100.

O uso do canabidiol no mundo

Enquanto o Brasil ainda está compreendendo o que é canabidiol, países como Israel estão muito na frente na pesquisa e uso do CBD com uso terapêutico.

Israel, na verdade, foi o primeiro país a legalizar o produto e tornar o uso do substrato da maconha comum em tratamentos médicos preventivos e para condições clínicas sérias.

O segundo país a legalizar o uso medicinal do canabidiol foi o Canadá, e isso foi em 2001. De lá em diante diversos países abriram os olhos não apenas para o mercado promissor financeiramente.

Há ainda a amenização de sintomas sérios os quais a medicina tradicional conseguiu um tratamento adequado. Na República Tcheca o foco da legalização não foi a cura de doenças.

O tratamento paliativo para a diminuição dos sintomas do tratamento com quimio ou radioterapia

Países que mais investem no mercado de canabidiol

Atualmente, os Estados Unidos e a Inglaterra são considerados os países que mais investem em pesquisa e indicações de tratamento com o CBD.

Estranho não pensar na Holanda, concorda? Por lá, a maconha é amplamente legalizada para consumo, mas o foco é outro: a discriminação e combate ao tráfico.

Em Amsterdã, é possível consumir alimentos e outros produtos com a cannabis em mais de 160 lugares.

Hoje, há 38 países com o consumo da maconha medicinal e seus derivados legalizados. Só na União Europeia são 28 países que de alguma forma permitem o consumo, seja com foco na medicina alternativa ou para o uso recreativo.

Nestes 28, o uso do CBD é permitido como auxiliar de tratamento médico em todos eles. No Brasil, ainda somos tímidos com empresas brasileiras de canabidiol, tanto para estudo como produção de produtos.

A restrição legal para o cultivo impede que se invista mais em pesquisa, na criação de medicamentos e outros tipos de óleos, valendo tanto para o THC como para o CBD.

Mais pesquisas científicas sobre o canabidiol

O país mais avançado e pioneiro ainda é Israel. Se hoje conhecemos as diferenças entre THC e CBD, devemos a Raphael Mechoulam, professor e pesquisador da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Ele foi o primeiro a isolar essas duas substâncias e comprovar a sua eficácia positiva em ação no organismo humano.

Os números brasileiros também são promissores na área. A Universidade de São Paulo (USP) detém o título de ter a maior soma de estudos sobre o canabidiol com uso medicinal no mundo.

São 1.167 de artigos publicados entre os anos de 1941 e 2019. Claro que poderíamos avançar mais rapidamente se tivéssemos uma autorização legal para o cultivo de mais espécimes.

Como outras faculdades nacionais, a USP não possui acesso a variantes da planta. Por isso, é tão importante disseminar informação sobre o canabidiol para pessoas fora da bolha entusiastas de cannabis.

Conclusão

O Brasil ainda tem muitos frutos para colher no mercado de canabidiol. Demos grandes passos nos últimos cinco anos com autorizações de importação, de pesquisa e produção caseira em casos especiais.

São pequenos os avanços diante dos 38 países com alguma legalização, mas é o começo de uma grande jornada. Afinal, o mercado está sedento pela rentabilidade da maconha, seja medicinal, científica ou recreativa.

Caso tenha interesse em mais informações sobre maconha medicinal e seus derivados, acompanhe os próximos artigos a seguir!