Legislação

Uso da maconha no mundo: conheça a história

A história da maconha no mundo ainda é pouco discutida, apesar de existirem evidências milenares do seu uso entre diferentes povos. 

Ela contraria um pensamento popular, comumente disseminado, que afirma que a maconha no mundo faz parte das novas gerações. 

Tanto em relação ao seu uso medicinal quanto ao psicoativo, a maconha possui uma história bem mais complexa e profunda do que as suposições sobre o assunto. 

Nesse sentido, hoje explicaremos toda a história da maconha do mundo, bem como seu uso recreativo em diversos países. Confira a seguir!

Quais foram os primeiros povos a usar maconha no mundo?

Egito Antigo 

Os primeiros registros do uso de maconha no mundo aconteceram por volta de 2.700 a.C., em um livro chinês chamado Pen Tsao.

Vale destacar que este é o primeiro livro a ser considerado uma farmacopeia no mundo. Basicamente, trazia o conhecimento sobre a maconha para usos medicinais. 

No entanto, usar a cannabis, na época, não era muito popular. Dessa forma, o uso mais recorrente da maconha no mundo se iniciou no Egito Antigo. 

Segundo arqueólogos e pesquisadores, o uso inicial teria sido associado às propriedades medicinais da cannabis. Na época, ela era utilizada para dores articulares, mas também servia para produção de papiros em rituais religiosos. 

Não há de fato nenhuma evidência de que foi o Egito Antigo o responsável por disseminar a cultura da maconha no mundo. 

Pelo contrário, o uso da maconha aconteceu de maneira natural, em diferentes partes do mundo e ao mesmo tempo. Esse comportamento mostra a naturalização do uso da cannabis, assim como o de qualquer outra erva descoberta nos períodos primitivos. 

Cultura Hindu 

Outro registro muito antigo do uso da maconha no mundo está na Cultura Hindu, formada por povos que foram sempre  muito ligados a fármacos naturais. 

Nos escritos milenares da Índia, a maconha aparece como “Atharvaveda”, utilizada por muito tempo devido às suas propriedades medicinais. 

A diferença entre o Egito Antigo e a Cultura Hindu é que na segunda já havia indícios do uso recreativo da maconha. Isso ocorre porque na religião Hindu a cannabis era considerada um presente de Shiva para a humanidade, o que era descrito além de seus usos medicinais. 

Novamente, não há como de fato comprovar que foi nesse período que o uso recreativo da maconha começou a ser difundido no mundo. Todas as evidências são provenientes de materiais muito antigos da cultura, que fazem diversas menções a “Atharvaveda” e sugerem teorias para os cientistas. 

Europa 

Outros registros do uso da maconha no mundo só foram aparecer em 430 a.C., em livros e textos de países da Europa. 

Segundo o material já encontrado, a cannabis teria sido enviada da Grécia para a Europa, outra vez com fins medicinais. 

Em Roma, a planta ganhou uma nova função: seu material era utilizado para a confecção de velas para barcos e vestuário, o que é bem diferente de todas as finalidades até então. 

Não se sabe exatamente se a maconha chegou a ser usada em cigarros na época. No entanto, para os cientistas não seria estranho se isso acontecesse. 

Dado que o hábito de fumar é uma tradição milenar, que não se sabe nem onde exatamente teve início, fumar maconha poderia ser um hábito comum, como qualquer outro. 

Tanto que, na história da chegada da maconha ao Brasil, é relatado que os africanos já a possuíam como um costume em suas terras. 

Usos medicinais da maconha no mundo

Como foi possível perceber, o uso medicinal da maconha existe desde seus primeiros registros no mundo todo. Isso é extremamente comum e natural, pois os povos antigos estavam muito ligados a descobertas e a medicamentos naturais. 

O entendimento do que é a maconha, o óleo canabidiol e o THC se deu séculos após as primeiras descobertas. E, de certa forma, pode-se até considerar que os estudos atuais ainda requerem muita atenção, o que significa haver muito o que evoluir. 

O primeiro livro de farmacologia do mundo só foi lançado em 70 a.C., com conhecimentos ainda muito básicos, porém extremamente válidos. 

No livro “De Matéria Médica”, de Pedânio Dioscórides, são descritas mais de mil plantas com usos medicinais. 

Entre sua enorme seleção, há a cannabis, classificada para tratar dores articulares e inflamações, o que mostra que o emprego da maconha na medicina é um hábito bem antigo. 

Países em que a maconha é legalizada  

A legalização da maconha no mundo vem acontecendo de maneira gradual. No Brasil, porém, isso ainda não aconteceu. 

Em países legalizados, a situação melhorou muito após a medida, já que a venda ilegal da erva contribuía para o aumento da violência, roubos e outras medidas extremas. 

Além disso, evitar a legalização da maconha no mundo também favorece o fortalecimento do tráfico de drogas, o que é um problema extremamente sério. 

Pensando nesses problemas, diversos países já flexibilizaram suas medidas de proibição da cannabis e traçaram novos rumos para os seus territórios. 

Embora muitos considerem essa ação facilitadora para a dependência às drogas e a violência, na verdade, ela alcançou o oposto, como no caso do Uruguai. 

Saiba quais são os países legalizados no mundo: 

  • México 2021;
  • Canadá 2018;
  • Uruguai 2013;
  • Israel 2017;
  • África do Sul 2018;
  • Geórgia 2018;
  • Luxemburgo 2019;
  • Chile 2020;
  • Jamaica 2015;
  • Alemanha 2015;
  • Canadá 2018;
  • Alguns estados dos EUA.

Maiores exportadores de maconha no mundo 

O maior exportador de maconha no mundo nem sempre é o que mais consome, esses dados variam muito. 

Segundo o último relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) em 2021, o Marrocos é o maior exportador de maconha no mundo. 

Esse é um país onde centenas de pessoas já viviam do cultivo ilegal da maconha, o que era um problema muito grande para o governo. 

Por esse motivo, o Parlamento de Marrocos votou em maio deste ano a legalização da maconha para uso medicinal e industrial. Afinal de contas, as plantações já eram comuns para a maior parte dos agricultores marginalizados e responsáveis pela maior exportação do mundo. 

Quem acompanha o Marrocos na lista de exportação é o México e o Afeganistão.

Conheça os 3 países que mais consomem maconha no mundo

Islândia 

Conforme o estudo publicado pelo UNODC, não são os países legalizados que ocupam as primeiras posições do ranking

Em primeiro lugar, está a Islândia, que segundo o estudo, tem cerca de 18,3% de usuários de maconha em todo seu território. A Islândia possui mais de 360 mil habitantes, consequentemente, os dados do estudo representam mais de 66 mil habitantes usuários de maconha

O que é um fato muito curioso, visto que o país luta há muitos anos contra a descriminalização das drogas. 

Consequentemente, esse dado destrói a ideia que, com a legalização, o uso de maconha no mundo será mais frequente. 

Estados Unidos 

Os Estados Unidos ocupam a segunda posição, não possuindo a maconha legalizada em todo o seu território, apenas em alguns estados. 

De acordo com o estudo do UNODC, em todo o território dos Estados Unidos foram encontrados dados de 16,3% usuários ativos da erva.

A política da legalização da maconha nos EUA é estadual, o que significa que cada estado pode criar sua própria legislação. Dos 50 estados, 39 já possuem leis permitindo o uso e a comercialização da maconha. 

Entre os estados legalizados nos EUA em 2021, podemos citar o Arizona, Montana, Dakota do Sul, Flórida, Califórnia, Colorado, Kansas e Michigan.

A maior parte do país trata as drogas como parte da saúde pública, ao invés de inseri-las na esfera criminal. Esse pode ter sido o motivo dos números no país não se tornarem mais altos. 

Nigéria 

Por último, o estudo da UNODC classificou a Nigéria como o terceiro país de maior consumo de maconha no mundo. Os números mostram que 14,3% da população do país utiliza a maconha ativamente no país.

Vale destacar que, na Nigéria, a erva para uso recreativo também não está legalizada, apesar de diversos debates já terem ocorrido para esse fim. 

No entanto, os principais objetivos que cercam a legalização da maconha na Nigéria não têm relação direta com os usuários. Mas sim, com os lucros envolvidos no comércio formal da erva, algo bastante positivo para a economia do país. 

Além disso, diversos políticos também querem investir na planta para o rendimento de proteínas, fibras comestíveis, plásticos, papéis, entre outros. 

Na sequência da lista estão: Canadá (12,7%), Chile (11,83%), França (11,1%), Nova Zelândia (11%), Bermuda (10,9%), Austrália (10,2%) e Zâmbia (9,5%).

Conclusão

Com base neste artigo, foi possível perceber que a história da maconha é tradicional no mundo. 

Desde o início de sua descoberta medicinal, a cannabis vem sendo utilizada como uma erva curativa. 

Com a evolução do mundo, muitos líderes associaram a maconha no mundo como algo negativo. Como resultado, grande parte da população mundial acreditou que a erva tem efeitos destrutivos.

Contudo, é necessário reconhecer que sua existência se deu como qualquer outra planta com psicoativos. Portanto, seu uso precisa ser tratado como tal.  

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